❤Vivia.
Solitariamente.
Por detrás da cortina.
Seus olhos.
Favo de mel.
Entristecidos.
Pela névoa.
De seu coração.
Mal fadado.
Transpiravam.
Lágrimas de dor.
Até ao dia.
Em que uma pedrinha.
Partiu a vidraça.
Da sua janela.
E seu gatinho.
Fugiu.
Para o ramo.
Mais alto.
E tão magicamente.
Um olhar.
Cruzou com o seu.
Que até do gatinho.
Se esqueceu.
Aquele olhar.
Que sonhará.
Em cada hora.
Perdida no tempo.
Dentro do seu desalento.❤
❤As flores.
Nos galhos a florir.
De cores.
Estonteantes.
E eu da vidraça.
A acenar.
Para o teu casto olhar.
Nas mãos trazes a delonga.
De anos de batalhar.
Subiste até à janela.
E no parapeito.
Te sentaste.
Que visão.
Romântica.
Para os deambulantes.
E eu em pranto.
Procuraste meu dedo.
Definhado pelo tempo
E nele enfiaste.
A sede de amar.
E eu arrepiada.
Procurei teus lábios.
Para ao entardecer.
Te desnudar.
E ficarmos perdidos.
Neste relampaguear.❤
❤Incendeias as águas.
Mórbidas do rio.
Com teu corpo.
Desnudo.
As rochas.
Vendam seus olhos.
Envergonhadas.
De tão apaixonadas.
As folhas.
Teimam em mergulhar.
Para teus pés.
Beijar.
E eu por detrás.
Do arvoredo.
A te espreitar.
Mas, de repente.
Um galho.
Me denuncia.
E a luz.
Do teu olhar.
Me prende.
Com as algemas.
Na correnteza.
De um ancho sentir.❤