❤Olho para o relógio.
E o tempo.
Parece cansado.
A ferida.
Que rasga.
Nossos lençóis.
Lacrimeja.
De saudades.
Da sisudez.
De nossas mãos.
Entrelaçadas.
Desvio o olhar.
E a quentura.
Da tua voz.
Exaltada.
Pinta rios.
De candura.
No labiar.
De nossos corpos.
Na insânia.
Ficamos desnudos.
Perdidos numa hora.
Incerta.
Na incoerência
Deste egrégio amar.❤
❤Nesta madrugada.
Desumana.
Olhando no cavo.
Do teu olhar.
Vi nele reflectido.
Mais uma noite.
Sem aconchego.
Vejo - te perdido.
Num labirinto.
Sem fim à vista.
Olhas e me desnudas.
Sentes que tudo vejo.
Que tudo sinto.
Pintas tua tela.
E nela.
Enegreces.
A rudeza do teu existir.
Tentas fugir.
Do eco.
Da tua alma.
Desacreditas.
Que o sol voltará a raiar.
Triste sina a tua.
Quando a teu lado.
Tens uma flor de luz.
Pronta a ser regada.
Pelas tuas mãos descrentes.
E amarem - se neste efémero.
Intervalo de tempo.❤
❤Se eu fosse.
Como o vento.
Soprava docemente.
Teus cabelos cintilantes.
Que intimamente.
Caçam sonhos.
De um viver.
Enrolados.
Em prazer.
No espelho.
Eu revejo.
Nossos olhares.
A poesia.
Que nos embala.
Numa melódica.
Sabedoria.
Tu és mistério.
Sem alma.
Adormecido.
Pelas redes.
De um sentir.
Ondulante.
Tão emaranhado.
Que a luz.
Do farol.
Se apagou.
Para não mais chorar.
Por tão triste fado.❤